ALABASTRO NÃO É ÔNIX
Existe
no mercado de luxo e de antiguidade um conceito errado e enganador em apresentar
uma rocha lindíssima que é o alabastro como sendo ônix. Esses dois produtos
minerais nada têm em comum entre si. São dois minerais totalmente diferentes em
sua constituição: o alabastro foi constituído por sedimentação microscópica de
cálcio ou gipso (por um tempo longo e com mansidão) e a seguir sofrendo
metamorfose, transformando nessa rocha de beleza fascinante. É o primo nobre do
mármore, porém sua dureza é mais baixa, indo de 2 a 3 na escala de Mohs. O
mármore é de dureza 5. Já o ônix é um mineral ígneo, negro, opaco, oriundo do
vulcanismo (quentura, pressão, violência e rapidez), de dureza 7, fazendo parte
da família da calcedônia, ágata, crisoprásio, jaspe, sílex, cornalina,
heliotrópio, chert, prásio e sardo. Enquanto o alabastro tem a composição
química predominantemente de sulfato de cálcio hidratado (CaSO4.2H2O), o ônix é composto de dióxido de silício (SiO2) sendo, portanto, duas naturezas
químicas completamente diferentes. Os ácidos corroem o alabastro e nada atinge
o ônix. O alabastro é riscado por um canivete e o ônix não. O alabastro ocorre em rochas de grandes jazimentos, e sua
cor e tonalidade é de um translúcido suave, podendo ser esbranquiçado,
amarelado ou esverdeado. Possuem trincas naturais, defeitos próprios de
rachaduras (brechas) e manchas que dão peculiaridade a sua beleza inigualável.
É utilizado comercialmente para tampo de mesas, de escrivaninhas, lustres,
candelabros, abajures, estatuetas, taças, pórticos, balaustres, colunatas, pias
de banheiro, e no acabamento dos mais belos palácios. É aproveitado também na
confecção de jóias. Já o ônix é um mineral de pequenas porções, achado solto e
disperso, junto com outros minerais da sua categoria (ágata, sílex, calcedônia,
etc.). O ônix é utilizado para a confecção de pequenos trabalhos como
estatuetas e camafeus, sendo na joalheria lapidado para se produzir cabochãos e
peças para colares, terços, pulseiras e outros objetos. Uma “turma” de
gemólogos classifica a calcedônia branca (leitosa), marron ou bege e com faixas
ou listas (de qualquer cor), retas e paralelas ou com curvas, como sendo ônix.
Só que todos sabem que o ônix é uma “pedra” preta, negra. Nunca vi e nem tomei
conhecimento de alguém usar no dedo uma pedra leitosa e com linhas, e dizer que
é ônix. E nem as vitrinas de joalherias exibam tamanha discrepância. Há
disparidades gemológicas. Portanto, não há como confundir uma rocha translúcida
e cremosa e ao mesmo tempo sedosa e de brilho acetinado ocorrendo em variadas
tonalidades e em contrapartida com o ônix, que é uma pedra negra, duríssima,
opaca e de brilho ceroso, diminuta em tamanho e localizado raramente em
pequenos achados, e tendo distribuição em quase todas as regiões da Terra. Em
tempos passados a jóia de ônix representava o luto. Não esqueçamos que os
egípcios utilizavam há uns 5.000 anos o alabastro e o ônix. E as jóias de ônix
dos faraós eram ônix pretos. E a Bíblia Sagrada refere-se a uns 30 minerais, aí
incluídas algumas rochas, metais, metais preciosos e gemas. No livro Sacro,
além do ônix, é citado o crisoprásio, ágata, jaspe e o sardo que são da mesma
família ou grupo do ônix. E para o mercado internacional já existe
mármore-ônix, nome comercial para um tipo de mármore bandado. E o ônix que
abundam o mercado, nada mais é que ágata tingida de cor preta.
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