sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

AS QUATRO PEDRAS MAIS PRECIOSAS

Consideradas por alguns como as quatro pedras mais preciosas, o diamante, a esmeralda, o rubi e a safira. Talvez estas quatros belas gemas, ganharam estes títulos de exclusividade por suas raridades, belezas e cores únicas. E também por sua manipulação por grandes joalheiros e comerciantes controladores do comércio destes minerais no mundo. As outras inúmeras gemas passaram a serem reconhecidas como pedras semi-preciosas por comerciante alienígenas no intuito de depreciá-las comercialmente. Nem os franceses usam expressão tão chula de “semi”, preferindo a denominação de gemas “finas”. Para o “limbo” foram centenas de outras pedras preciosas, muitas raríssimas, belas, exclusivas, valorizadas e de cores genuínas. Nesta categoria figura a água-marinha, a albita, a ambligonita, a ametista, a andalusita, a apatita, a axinita, a benitoíta, a brasilianita, a cianita, o citrino, o crisoberilo, a datolita, o diopsídio, o dioptásio, a dravita, o epídoto, o espinélio, o espodumênio, o euclásio, a fenacita, a fluorita, a fosfofilita, a goshenita, a granada, a hauyna, o heliodoro, a hidenita, a indicolita, a iolita, a kunzita, a morganita, o morion, a olivina, o ortoclásio, a petalita, a rubilita, a tanzânita, a titanita, o topázio amarelo, o topázio azul, o topázio imperial, a turmalina, a zoisita, e muitas outras mais. E para outro patamar periférico, mais depreciativo, foram as opacas. Muitas delas são sui-generis, preciosas, belas, raras e também valiosas; o alabastro, a amazonita, a aragonita, a azurita, a barita, a crisocola, o crisoprásio, a dolomita, a dumortierita, a howlita, o jade, o jaspe, o lápis-lazúli, a malaquita, o ônix, a opala, o ortoclásio, a prehnita, a rodocrosita, a rodonita, a sodalita, a turquesa, etc.. Há 50 anos atrás, Hans Stern tornou-se grande joalheiro e comerciante de pedras finíssimas com a criação da “H Stern”, uma rede de joalherias espalhadas pelo mundo. Ele profetizou uma máxima em gemologia, "que não existe pedras semi preciosa, desde que fossem puras e bem lapidadas, são preciosas". Eu penso igual e concordo com ele. Levando-se em conta que as quatro notáveis da preciosidade, a totalidade de cada uma delas não se acham 100% puras, só menos de 10% de cada tipo é que são puras e perfeitas, isso quer dizer que 90% de cada uma destas quatro gemas são impuras, manchadas, com imperfeições, trincas e sem padrão das cores puras, e todas as 90% das mulheres usam diamantes, esmeraldas, rubis e safiras, que deveriam ser ditas de semi preciosas, mais ninguém diz ou comenta sobre isso. Já a grande maioria das pedras desclassificadas como sendo semi preciosas, que deveria ser classificada como "finas", os índices de perfeição é o inverso, ou seja, 90% de todo o especto das variedades é de pureza. Daí se conclui que o termo "semi" foi um embuste em uma época passada, de um grupo de comerciante pedrista internacionais em levar vantagem. Devemos ressaltar que os grandes mestres pintavam seus quadros com minerais moídos, e o lápis-lazuli, custava nessa época mais caro que o ouro, comparada em grama. Por isso é que faltava colorido nas telas, o azul ultramarino feito do lápis-lazuli aparecia pouco, idem o verde o vermelho e o amarelo. Outro brasileiro, grande joalheiro, comerciante e amante apaixonado por pedras preciosas o Jules Sauer, dono também de uma rede mundial de joalherias a "Amsterdam Sauer", lutou pela certificação das esmeraldas brasileiras em Institutos Gemológicos Internacionais. Jules Sauer é tão fascinado por pedras que conhece as minas e jazidas de pedras no mundo todo, e ao completar 80 anos, lançou seu quarto livro de pedras preciosas. Há 5.000 anos, no Egito Antigo, os faraos já usavam jóias com esmeraldas, lápis-lazúli, turquesas, ônix, alabasto e outros minerais. Montezuma, imperador dos astecas, também usavam em suas jóias e indumentárias, turquesas, lápis-lazúlis, esmeraldas ouro, prata, cobre e outros minerais. A coroa do Império Britânico, que supunha ter um grande rubi, foi reanalizado como sendo um belo "espinélio vermelho". O famoso colar de esmeralda de Elizabeth Taylor, confeccionado pela Bvlgari e leiloado pela Christie's, tem todas as pedras desiguais e escuras, não são "primeira linha". Eram as esmeraldas que existiam no mercado. Mas fama é fama. E hoje há no mercado internacional duas gemas brasileiras raras e valorizadíssimas, mais do que estas quatro famosas, que são a alexandrita, verde durante o dia e vermelha à noite, e a elbaíta (turmalina da Paraíba), uma gema que tem um "neon" ou um fugor dentro dela. Hoje nossas mulheres dispõe de mais de 500 gemas variadas para ostentar as suas belezas e as das gemas.

 Jornal de Uberaba em 06/12/2011.
Revista  BREJ do mês de janeiro de 2012

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

HÁ PEDRAS EM MEU CAMINHO


Do pó eu vim, e fui batizado com água mineral benta numa pia batismal de mármore. Cresci admirando e colecionando rochas e pedras coloridas e de cristalizações diferentes. Estudei usando giz, escrevendo com a grafita e produzindo trabalhos no calcário litográfico. Havia casas em que os telhados eram de ardósia e hoje são de barro. Os tetos são de gesso, as paredes de tijolos de pó de pedra e de argila. As pinturas são de componentes de rochas de esfênio, ouropigmento, chumbo e bismuto. No banheiro, a pia e a banheira são de mármore, no banho usamos pedra-pomes para lixar o solado do pé, na água colocamos sais minerais e passamos talco na pele. Na cozinha, a pia é de gnaisse e as panelas são de pedra sabão, alumínio, ferro, cobre, vidro e de cerâmica. O fogão era alimentado com um tipo qualquer de carvão mineral que pode ser hulha, azeviche, turfa, antracito ou linhito. Na culinária, não falta o sal-gema ou halita preferencialmente. A minha comida - sementes, verduras e frutas - vem de uma agricultura em que os fertilizantes são calcário, potássio, gesso, enxofre, salitre do Chile e dolomita. E para ser elegante e esfuziante, as mulheres usam metais valiosos, ouro, prata, platina, paládio e as pedras mais fulgurantes como o diamante, esmeralda, rubi, morganita, kunzita, lápis-lazuli, topázio imperial, peridoto, tanzanita, labradorita, turquesa, turmalina, granada, opala, rubilita e mais dezenas de variedades. Se vou pintar uma tela, imito os grandes mestres da pintura, uso os pigmentos de ouropigmento, malaquita, realgar, lápis-lazúli, cinábrio, azurita, caulim, grafita, grêda, hematita, limonita e chessylita. Nossos computadores estão cheio de minerais raros como o neodímio, ítrio, praseodímio, samário, gadolínio e disprósio. Nos carros a gasolina é mineral, o lubrificante tem barita e grafite. Precisando me defender, meus explosivos levam estibinita, arsenopirita, nitro de sódio, enxofre e cinábrio. Se adoecermos, nossos remédios têm rochas em sua composição como a esfarelita, estibinita, bórax, cinábrio, bismuto, chumbo, cobalto, barita e a columbita-tantalita e para febre o termômetro de quartzo com mercúrio. Padecendo tenho a minha disposição o cálcio, ferro, magnésio, potássio e zinco. Possuo uma coleção que tem pedras curiosas, pedra que cheira (selênio), pedra que tem gosto (calcantita), pedra que flutua (pomito), pedra de dupla refração (calcita), outra fortemente magnética (magnetita), outra que é uma navalha (obsidiana), etc. Indo tomar banho de sol na praia, estendo-me sobre a areia monazítica. E se vou sair de casa, tenho de olhar para o céu, pois poderá chover meteoritos, sideritos, assideritos, litosideritos, moldavitos e tectitos. Acabo correndo e me escondendo em meu mausoléu de mármore e granito, sendo a lápide de alabastro amarelado com meu epitáfio escrito com letras de bronze. E como diz o meu primo querido padre Prata nas exéquias, do pó viemos, portanto temos também em nossa composição corpórea, vários minerais, e para o pó retornaremos voltando a ser mineral.

 Jornal de Uberaba em 26/01/2011
Revista BRJ de julho de 2011